No centro da sala,
diante da mesa,
no fundo do prato,
comida e tristeza.
A gente se olha,
se toca e se cala
E se desentende
no instante em que fala.
Cada um guarda mais o seu segredo,
sua mão fechada
sua boca aberta
seu peito deserto,
sua mão parada,
lacrada,
selada,
molhada de medo.
Pai na cabeceira: É hora do almoço.
Minha mãe me chama: É hora do almoço.
Minha irmã mais nova, negra cabeleira...
Minha avó me chama: É hora do almoço.
... E eu inda sou bem moço
pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas,
cuidemos da vida,
senão chega a morte
ou coisa parecida,
e nos arrasta moço
sem ter visto a vida
ou coisa parecida aparecida
Belchior há quem o ache obsoleto, eu sempre acho-o atual. E adoro.
ResponderExcluirbelchior mistura Divina Comédia, cultura pop e o Cariri.
ResponderExcluirprofundo, como o que...
obsoleto?
uma canção como Como Nossos Pais jamais fica obsoleta.
Obras primas são eternas e belchior pariu muita coisa pra lá de interessante ou descartável.
é por isto que estamos falando dele, nesse momento.
ou será que alguém ainda se lembra do derrière de carla perez?
abração do
roberto.